Segundo Fred Kofman, somos seres complexos, com um conjunto de habilidades surpreendentes e características singulares que se observadas e trabalhadas podem ajudar a transformar nossa evolução. Ele explica que uma das atitudes que faz parte da natureza do ser humano é a vitimização. E por isso vamos falar sobre como transformar a vitimização em ação através das habilidades do futuro.
O perfil “vitimista” só se concentra no que está no seu controle, é por isso que a atitude comum é jogar a culpa nos outros, criando justificativas para toda situação sem reconhecer sua parte.
Sempre que estamos dentro de um jogo no nosso dia a dia, uma parte de nós só quer ficar com o time ganhador (protagonista).
Ficar do lado perdedor (vítima) é a parte mais difícil precisamente porque é aí que o vitimismo aparece vindo de um aprendizado inconsciente que atua como uma defesa.
Todos podemos desempenhar esses dois papéis em momentos diferentes, mas atuar como vítima em uma situação particular não impede atuar como protagonista em diferentes circunstâncias e vice-versa.
Características da Vítima:
- Se vê como alguém que sofre as consequências das circunstâncias externas
- Para preservar sua autoestima proclama sua inocência.
- Como ela não tem nada a ver com o problema, ela nunca se inclui em suas explicações
- Nunca reconhece ter contribuído de alguma forma para a criação da situação que está vivenciando.
- Quando as coisas derem errado descobre a quem culpar, apontando os erros dos outros.
- Para a vítima, os problemas são sempre consequência das ações dos outros.
Características do Protagonista:
- Atenta aos fatores sobre os quais pode influenciar
- Se vê como alguém que pode responder às circunstâncias externas.
- Sua autoestima é o produto de fazer as coisas da melhor maneira
- Em suas explicações, se inclui, pois entende que contribuiu substancialmente para a criação do problema.
- Quando as coisas dão errado, o protagonista tenta entender o que pode fazer para corrigi-las.
- Escolhe explicações que lhe dão poder e o colocam no controle da situação, e é esse o instante da importância da reflexão, na qual podemos usar a responsabilidade e a habilidade de meditar frente ao desafio que se está apresentando.
“De certa maneira, muitas vezes nos encontramos frente a situações desagradáveis que não dependem de nós, mas apesar disso, “o como” direcionamos uma situação perturbadora na vida, é nossa responsabilidade e as habilidades do futuro têm um papel crucial nisto.” Rafaela Furlan, Cofundadora da IKME Consultoria de Reinvenção
Como parar de nos vitimizar através das Habilidades do Futuro?
- A Mentalidade de Crescimento nos faz questionar o que podemos fazer frente a diferentes situações ao invés de vê-las somente como um desafio. Esta mentalidade nos ajuda a ver oportunidades por trás das dificuldades e nos impulsiona para frente.
- A aprendizagem contínua nos leva a aprender com tudo. Como determinada experiência pode acrescentar ao nosso crescimento pessoal e profissional, mas precisamos estar abertos a aprender e deixar o ego de lado.
- Flexibilidade cognitiva e pensamento crítico: Olhar a situação desde um ângulo elevado sem buscar culpados, mas questionando e correlacionando os fatores por trás da situação. Isto poderá te levar a conclusões surpreendentes sobre o todo, principalmente no ambiente corporativo.
- Tomada de decisão: a liberdade é o que distingue um ser humano de qualquer outro tipo de ser, e ser um ser humano significa ser capaz de escolher. Talvez o exercício mais importante dessa liberdade seja a decisão de viver como vítima ou como protagonista.
- Liderança e poder de influência: dentro de uma organização, a vitimização pode ser um vírus que pode infectar todos os membros de um grupo.
Poucas coisas podem destruir um grupo tão rapidamente quanto a cultura da vítima, e a responsabilidade de muda-la é de todos como “líderes conscientes”, que ajudam os outros a descobrirem seu próprio poder, liberdade e responsabilidade através do exemplo protagonista.
Os comportamentos de liderança são um fator de influência crucial na cultura de uma organização. O mais importante não é o que o líder diz, mas como ele age, o que significa que suas ações são mais importantes do que suas palavras.
Se os líderes adotam a atitude indignada, da vítima, encorajam seus subordinados a fazer o mesmo.
Para sermos cada vez mais protagonistas, precisamos escolher isto todos os dias para afirmar a nossa responsabilidade, dignidade, liberdade e humanidade e acima de tudo, influenciar o nosso meio através dos nossos comportamentos.
Artigo escrito por Rafaela Furlan, Cofundadora da IKME e Carolina Corvalán, Terapeuta especialista em burnout e depressão.
