Antes de mais nada, consideramos um time ou organização de sucesso quando um grupo de profissionais que trabalham juntos de forma inteligente, combinam e potencializam suas diversas hard e soft skills da melhor forma possível para alcançar objetivos de carreiras e resultados, individuais e em comum.
Afinal, o que eu preciso desenvolver como profissional ou líder para isto?
A princípio, é importante entender e aceitar que todos temos de nos adaptar rapidamente às mudanças, de nos reinventar à velocidade da luz, de aprender algo novo todos os dias, enxergar e encarar desafios como oportunidades (pois muitos ainda virão), caso contrário nos tornaremos rapidamente obsoletos, como profissionais e como organizações.
Porém, independentemente de estarmos em recessão ou em um ambiente econômico incerto ou promissor, hoje em dia todos devemos desenvolver competências de empreendedores para nos mantermos relevantes, mas são tantas habilidades no “cardápio” que precisamos ter premissas claras para priorizar e decidir as mais assertivas.
Parece fácil falar não?
Mas sabemos que fazer isto acontecer e priorizar o que deve ser feito de forma prática e realista pode ser bem desafiador, mas é necessário começar para sair do lugar.
Em outras palavras, é cansativo pensar que precisamos mudar sempre (para os líderes, é mais cansativo ainda pensar na sua carreira e no que precisam mudar nos seus times para alcançar resultados).
Por exemplo, nos cobramos demais e acabamos fazendo esforços para evoluir em pontos que na verdade nem precisamos.
Por isso parar, olhar para o futuro e planejar também é necessário para não se esforçar em vão.
Podemos começar a mudança de mentalidade e hábitos aos poucos e com consistência transformar isso em nossa cultura pessoal, um hábito natural.
A equipe que vai ficar com você e apoiar o crescimento da organização, principalmente durante uma crise, é feita de gente que acredita na empresa e veste a camisa aconteça o que acontecer.
São profissionais que genuinamente acreditam no negócio e são cada vez mais raros.
Desenvolver as habilidades certas e reconhecê-los como parte do seu “time dos sonhos” é a melhor forma de retê-los”
Agora, quando falamos em construir o time dos sonhos e traçar um caminho para superar crises e cenários voláteis ou explorar oportunidades futuras, não existe receita de bolo, mas trouxemos neste artigo uma sequencia de ações com base em nossas experiências de liderança e reflexões que podem te ajudar a descobrir se você tem as pessoas certas a bordo e até mesmo quais perfis precisa.
Nossa “receita” para acelerar profissionais e resultados em 4 passos:
1. Saiba aonde quer chegar
A princípio, antes de montar uma equipe com as pessoas certas, precisamos saber aonde queremos chegar em termos de resultados, senão qualquer caminho ou pessoa está ok.
Reflita: Qual é o nosso posicionamento de mercado hoje? Precisamos ser mais arrojados ou conservadores? Quais são as oportunidades? E as ameaças e desafios? Quais indicadores mostrarão ao longo do tempo se estamos no caminho certo?
Pra isso, é essencial ter um objetivo claro de curto – longo prazo para definir isso, quantitativa e qualitativamente. Isso também direcionará o tipo de cultura que você precisa ter ou implementar. Qual trará uma base sólida para sustentar os objetivos acima?
Uma cultura inovadora? Focada no cliente? De vendas? Hierárquica?
O que trará os resultados que você espera? Qual estilo de trabalho?
Estas são algumas perguntas iniciais que trarão cenários e possibilidades relevantes a serem consideradas antes de definir a equipe certa.
2. Com base em um caminho e objetivos claros, defina as habilidades necessárias para alcançá-los
Nesse sentido, é hora de começar a fazer as conexões e correlações business and people.
Por exemplo. vamos supor que um de seus objetivos de longo prazo seja desenvolver uma cultura inovadora e lançar novos produtos no próximo ano.
Neste caso, os profissionais com as seguintes habilidades contribuiriam com o atingimento dos objetivos:
- Mentalidade de crescimento para encontrar oportunidades entre os desafios
- Pensamento crítico para transformar tais desafios, situações e tendências de mercado em negócios reais
- Empatia para descobrir o que os clientes realmente precisam, pelo que estão dispostos a investir e extrair oportunidades disso, reclamações por exemplo podem ser uma grande fonte de inovação, se você tiver um mindset de crescimento!
- Comunicação, habilidades de relacionamento, agilidade e assim por diante para influenciar, conquistar contribuições e fazer tudo isso sair do papel.
- Atenção: Estilo de vida, crenças, cultura pessoal, propósito também entram na lista!
Seja como for, tenha claro o que espera no momento de recrutar e/ou validar as pessoas certas para as posições que busca. Isso inclui uma descrição de cargos com expectativas claras e diretas. Enfatize o óbvio e o simples!
Ferramentas que te ajudarão nesta fase: Assessment Center, dinâmicas de grupo, entrevistas, teste de perfil e no caso de uma validação/reestruturação de times internos, o Feedback 360 é essencial.
3. Conheça o tamanho do buraco e faça as perguntas certas
Seja você um profissional que quer fazer parte de um dream team ou um líder em busca do time ideal, é essencial conhecer o gap em termos de skills que separa você ou sua organização dos objetivos.
Como líder, tire uma foto de sua equipe em relação aos resultados atuais x esperados com base nos pontos acima.
Conecte habilidades x objetivos. Quais são as lacunas? Quem são os outliers e quem precisa de melhorias? Quais mudanças de estrutura precisam ser feitas? Quem não se encaixa em nada com a nossa cultura? Como estão os resultados atuais e as previsões se mantivermos este time assim?
Como profissional, faça uma autoavaliação da sua situação frente ao que deseja alcançar:
Quais são as características dominantes do time que quero fazer parte, como essas pessoas são vistas? São pessoas mais inovadoras ou mais comunicativas? O que preciso fazer para trabalhar a minha marca pessoal com base nisto? Quem pode me ajudar?
Faça acontecer!
4. Tenha coragem para tomar decisões difíceis, porém necessárias!
Afinal, é isso que separa as empresas e profissionais que superam cenários incertos daqueles que não o fazem.
Quando eu estava no mundo corporativo, para me destacar e ser promovida a um cargo de liderança (ou seja, fazer parte do dream team da organização) eu precisei sair totalmente da minha zona de conforto e aprender habilidades técnicas que eu não tinha adquirido em muitos anos.
Rafaela Furlan, Cofundadora da IKME
Através das soft skills, me reinventei como profissional pois tinha um objetivo claro de superar desafios e objetivos pessoais e profissionais. Isso me ajudou como líder também no futuro, sabendo até onde podemos chegar frente às nossas possibilidades e limitações de desenvolvimento e pude fazer as conexões de perfis profissionais frente a objetivos de negócios e compor um time com as pessoas certas nas funções certas de forma mais orgânica.
No contexto de habilidades, como podemos combinar a formação acadêmica com as soft skills da melhor forma?
Eventualmente, outro questionamento feito por organizações e profissionais é se a formação do (a) candidato (a) em uma área especifica ainda tem a mesma relevância do que no passado ou se as habilidades comportamentais têm sido mais relevantes no momento da contratação e seleção de pessoas.
Alguns dados e fatos sobre isto:
- De acordo com a Delloite, 92% dos recrutadores dizem que as soft skills são tão ou mais importantes quanto as hard skills em um processo de seleção
- Já 89% dos recrutadores dizem que contratações malsucedidas geralmente carecem de soft skills.
- Wall Street Journal publicou que empresas como Google, Delta e IBM reduziram os requisitos educacionais para determinados cargos e mudaram a contratação para se concentrar mais em habilidades interpessoais e experiência.
Algumas áreas como medicina e direito por exemplo ainda mantém padrões rígidos em relação aos certificados exigidos para a profissão.
Nesse sentido, não estamos dizendo que as habilidades técnicas são menos relevantes do que as soft skills, mas para trazer resultados em uma organização e na sua carreira elas devem estar combinadas (ou melhor, potencializadas) com o comportamento.
Por exemplo, você quer trabalhar com inovação e ser visto como uma pessoa inovadora?
Para isso, precisa demonstrar um pensamento crítico brilhante desenvolvido com base no seu raciocínio e habilidades técnicas, conseguir comunicá-lo assertivamente e influenciar para fazer algo grande e com isso engajar as pessoas certas para fazer acontecer.
Sou formada em Relações Internacionais e nunca trabalhei em uma embaixada por exemplo (um sonho de muitos colegas meus). No entanto, hoje uso algumas habilidades importantes adquiridas naquela época para falar sobre comportamento e atitude com empresas de vários segmentos e profissionais de variados cargos.
Lara melo, cofundadora da ikme
Dessa forma, se você quer se destacar como um profissional ou organização relevante através das soft skills, veja aqui algumas dicas essenciais e atemporais que você pode fazer já:
- Desenvolva seu pensamento crítico em outro nível para poder enxergar o todo, garantindo o ganho de todos os stakeholders e agregar valor à solução sob diferentes perspectivas.
- Fale e conviva com pessoas mais avançadas do que você nos aspectos e temas que você deseja desenvolver e entenda como suas mentes funcionam
- Tenha criatividade focada na resolução de problemas. Comece testando consertar pequenas coisas na sua casa ou no trabalho.
- Antecipe tendências e adapte-se. Leia, estude, Google it, se informe, vá a eventos.
- Comece antes de estar pronto, tenha coragem. Novamente, este é um comportamento chave de empreendedores. Nenhuma empresa de sucesso nasceu bem sucedida.
- Tenha aliados/parceiros que agregarão valor à sua jornada e abrirão portas. Você nunca sabe quem pode mudar sua vida ou se tornar um parceiro de negócios.
Só vamos saber o que pode acontecer se dermos o primeiro passo.
Você já deu o seu?
