Se você observar os profissionais mais bem sucedidos na sua opinião, eles são generalistas ou especialistas?
O caminho tradicional para o sucesso enfatiza a importância de ser excelente em uma disciplina ou campo, ao invés de ser um generalista, mas muitas teorias e estudos comprovados através de casos reais, como o reporter investigativo e escritor David Epstein têm questionado esta afirmação.
Vamos entender melhor o que significa cada perfil?
ESPECIALISTA: Alguém com conhecimento profundo e especializado sobre uma área de estudo, função ou técnica. Esses indivíduos se concentram em uma determinada área ou tópico e constroem um entendimento em um nicho específico.
Exemplo: Um médico que estudou medicina na faculdade e se especializou em doenças do coração. Ou trazendo para o mundo corporativo: um analista que é especialista em inteligência de mercado para vendas, incluindo conhecimento em ferramentas exclusivas do ramo.
GENERALISTA: Alguém que conhece variados assuntos e tópicos e tem vários interesses, habilidades e hobbies. Geralmente profissionais em posições de liderança podem ser generalistas, pois precisam executar várias tarefas, gerenciar vários processos, pessoas e áreas e tomar decisões com base em informações de profundidade simples a complexas.
Generalistas entendem as partes gerais de uma organização e trabalham bem como interlocutores e mediadores entre departamentos.
Exemplo: Um diretor comercial precisa gerir equipes de vendas, marketing e pós vendas, bem como suas pessoas e processos e ajudar os gestores destas áreas a tomarem decisões assertivas de negócios e delinear estratégias de curto a longo prazo. Grandes empreendedores e revolucionários, como Steve Jobs, têm o perfil generalista por serem capazes de navegar por diversas áreas do conhecimento.
Qual perfil tem mais sucesso nas organizações?
As organizações possuem os dois perfis, mas as de sucesso sabem exatamente onde alocar cada profissional de acordo com o objetivo da empresa e de cada área. Aqui estão algumas diferenças entre um generalista e um especialista:
Agora vamos entender melhor os porquês de ser um ou outro
Por que ser um especialista?
- Conhecimento de conteúdo específico: Continuar a focar em uma área de estudo ou prática pode permitir que você entenda cada faceta e compreenda mais rápido do que outros os problemas da área de atuação
- Menos concorrentes para vagas: às vezes, se houver menos pessoas que se especializam em uma área específica, há menos concorrentes no mercado de trabalho.
- Remuneração: os salários podem ser mais elevados para os especialistas devido à sua formação educacional e qualificações.
Por que NÃO ser um especialista?
- Possibilidades de carreira mais limitadas: com habilidades e conhecimentos mais profundos e específicos, se tornam dependentes de oportunidades em uma determinada área. Com isso, vem o risco desta área ou campo de atuação se tornar obsoleto com a volatilidade do mercado.
- Se não se mantiver atualizado (a), pode se tornar obsoleto (a): os especialistas podem optar por criar o futuro e se tornar relevantes e essenciais, como os desenvolvedores que estão escassos devido à altíssima demanda de mercado do momento com a transformação digital ou podem ficar para trás como profissionais de profissões do passado que escolheram não se atualizar com novas habilidades digitais.
“Ser dependente do domínio de uma única habilidade ou conhecimento não apenas te limita. Pode destruir sua carreira!”
David Epstein, autor de “por que generalistas vencem em um mundo de especialistas”
Por que ser um generalista?
- Oportunidades de carreira: quanto mais ampla a atuação maior a probabilidade de se encaixar em diferentes segmentos e áreas. Habilidades generalistas como comunicação, negociação e resolução de problemas são úteis na maioria dos setores.
- Influência e impacto em várias áreas: Com habilidades como comunicação, inteligência emocional, negociação, adaptabilidade, este profissional pode ajudar outros a enxergar possíveis complementariedades com trabalho colaborativo pelo amplo conhecimento e a encontrar soluções que beneficiem toda a organização
- Adaptabilidade: Por terem vastas habilidades e experiências, mesmo que sem a profundidade de um especialista, são conhecidos como verdadeiros “camaleões”, os tornando mais atrativos para as diferentes empresas pela versatilidade de atuação.
Por que NÃO ser um generalista?
- Empregabilidade volátil: substituir um generalista pode ser mais fácil do que encontrar um novo especialista, já que suas habilidades não são tão únicas, ou seja, são mais fáceis de encontrar no mercado.
- Dificuldade de mostrar o valor do seu trabalho: pode ser mais difícil para os generalistas mostrarem seu valor dentro de uma empresa pela falta de profundidade em algum tema, especialmente os mais técnicos.
- Cansaço cognitivo: os generalistas podem ficar facilmente cansados em suas posições se usarem frequentemente várias habilidades que demandam flexibilidade cognitiva além do normal em variadas tarefas.
Como decidir o que quero ser?
- Se você for uma pessoa dedicada a estudar profundamente os assuntos, talvez queira ser um especialista. Se você se cansar facilmente de trabalhar com a mesma coisa sempre, talvez deva ser um generalista.
- Pense nos seus interesses de vida até hoje: se você sempre procurou aprender coisas novas, variadas e totalmente diferentes entre si, talvez seja um generalista. Se você sempre procurou estudar e saber mais sobre um determinado campo de conhecimento, talvez seja mais feliz como especialista.
- Pense no seu objetivo de carreira e nas pessoas que ocupam estas cadeiras: elas lhe parecem mais generalistas ou especialistas? Considere bater um papo com estes profissionais para entender melhor com qual futuro você se identifica mais.
